CRITICA: Animal - Ke$ha

Todos os anos surgem novos cantores e cantoras pop no cenário musical. Em 2009, Lady Gaga fez enorme sucesso com suas músicas viciantes e incrivelmente pop, daquelas que agradam a todos, com suas batidas marcantes e letras interessantes. Ainda no final de 2009 surge a cantora Ke$ha com seu ultra-hit "Tik-Tok" que com uma batida que mescla perfeitamente o pop e o hip-hop e uma letra pra lá de divertida, alcançou rapidamente o topo das paradas americanas, incluindo o Billboard Hot 100, estando no #1 e mantendo-se firme nesta posição há 4 semanas. E em 5 de Janeiro, Ke$ha lançou seu álbum de debut "Animal", que traz "Tik Tok" e várias outros prováveis hits.

O álbum é uma coleção de músicas electropop, dançantes ou não, com temas recorrentes como festas, bebedeiras, diversão, amigas fofoqueiras, velhos que dão em cima de garotas novinhas (sic), entre outros. Tudo com muita irreverência e bom humor.

Tenho notado que a crítica americana, no geral, avaliou negativamente o álbum devido às letras que falam de temas irrelevantes e alguns que até podem constranger certas pessoas, como "Dinossaur", por exemplo, ou que podem estar "incentivando o uso de bebidas alcoólicas", o que eu acho muita hipocrisia num país em que tudo isso é corriqueiro e já foi citado de forma muito mais explícita por outros artistas antes dela. Enfim, ignore qualquer julgamento de valor ao escutar o álbum, afinal o intuito ao ouvi-lo é divertir-se, e isso se consegue facilmente.

Voltando ao álbum, tudo é muito irreverente e despretencioso aqui. A produção, a cargo de Max Martin e Dr. Luke, está muito boa, não devendo nada às artistas do pop mainstream de longa data. As batidas são envolventes e dançantes, vide "Tik Tok".

"Your Love Is My Drug" abre o álbum de forma espetacular. Com um um refrão grudento e ritmo dançante, é um provável futuro single. "Take It Off" possui uma batida mais marcante e intensa, ideal para boates e festas, deve agradar a todos.

"Kiss N Tell" é mais adolescente, tanto o ritmo quanto a letra. É agradável, mas cansativa. "Stephen" vem com uma batida bem demarcada e constante que agrada aos ouvidos. Com uma abertura estranha, que lembra aquelas de musicais como "Grease - Nos tempos da Brilhantina", é uma boa faixa.

"Blah blah blah!" será o 2º single. E considero uma boa escolha, pois a faixa estrou em #7 na Billboard e só tende a subir com a divulgação. É uma música cheia de energia, e tem potencial para estourar. A batida é forte, e a letra é divertida.

"Party At a Rich Dude's House" é como um rock alternativo, e soa barulhenta. Mas é legal como uma festa na casa de um ricasso, e boa para dançar como se estivesse segurando uma guitarra. "Come on let's do it!"

"Backstabber" fala sobre uma amiga falsa e que só fala merlin... É de longe a mais viciante. Seja pela batida ou pelo ritmo frenético. E os vocais gritados no refrão dão ênfase ao tema de forma ideal.

E tudo continua correndo muito bem com a bela balada "Blind", a impiedosa "Dinosaur" (que lembra a Xuxa em todos os momentos), passando por algo mais profundo em "Dancing With Tears In My Eyes", a lânguida "Boots & boys" até as nem tão boas "Animal" e "VIP".

De negativo podemos citar que o álbum soa repetitivo às vezes, seja em termos de sonoridade, ou nas próprias letras. Um certo amadurecimento musical será bem vindo em um futuro trabalho de Ke$ha, mas o teor irreverente deve permanecer inalterado. Diversão e baladas, são sempre boas coisas para se celebrar, e todo mundo gosta, basta ver o sucesso alcançado por "Tik Tok", que traduz bem essa idéia.

2010 será um bom ano para Ke$ha, graças a este interessante trabalho de estréia. Compará-la com Lady Gaga, Britney Spears e similares é algo desnecessário, já que possuem um estilo e uma históra musical bem diferentes. Ke$ha, que escreve suas próprias músicas, chegou para trazer frescor e jovialidade ao pop. E que assim seja.